sábado, 16 de fevereiro de 2019

PLANO DIRETOR: No Traviú, população pede proteção do cinturão verde e retorno à área urbana



Dois pedidos foram os mais ouvidos pelo gestor Sinésio Scarabello Filho e todo o staff da Unidade de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura de Jundiaí, neste sábado (16), na Associação Amigos do Traviú, durante a primeira audiência pública para revisão do Plano Diretor.

Os produtores rurais querem a proteção do Cinturão Verde e quem não deseja mais cultivar quer retornar à classificação de área urbana para poder vender a propriedade ou ao menos dividi-la entre os herdeiros.

Pedro Luiz tem um terreno de 13 mil m2 na avenida da Uva, região do Água Doce. Adquirida em 1998, ela foi regularizada em 2012 e transformada em área urbana. No final de 2016, porém, voltou a ser rural. “Essa mudança nos prejudicou muito, porque agora não posso construir nada. Nem podemos dividi-la entre os familiares, porque o módulo mínimo numa área rural é de 20 mil m2. Precisamos que isso seja corrigido urgentemente”.

José Pompermayer mora no Traviú e tem uma oficina. Foi notificado a fechar o estabelecimento por conta desta mudança no zoneamento. “Tenho cinco dias para fechar minha oficina, mandar os funcionários embora. Isso não é justo, por isso precisamos mudar a classificação do Plano Diretor, pois não faz sentido”.

Moradores dos bairros Corrupira e Fernandes participaram da audiência e explicaram passar pela mesma situação. “Não temos mais como manter a propriedade rural. Sabemos da importância da permeabilidade (do solo) e o valor das nascentes, mas algo precisa ser feito. O bairro dos Fernandes está cheio de indústrias, com trânsito pesado”, lembrou Claudia Ceolin.

“Houve uma discrepância muito grande na última alteração do Plano Diretor, porque minha propriedade está ilhada entre condomínios e só nós permanecemos como rural. Estou vendo aqui que este também é um problema na região do Traviú. Algo concreto precisa ser feito”, pediu Júlio César Veonezi, que mora no Corrupira.

Cinturão

Roberto Loschi é produtor rural e defendeu a proteção dos mananciais e a valorização dos agricultores. “A cidade não tem consciência da importância do Cinturão Verde! Somos produtores de água, somos produtores de alimentos, somos responsáveis até pela qualidade do nosso ar. Temos de ser valorizados”.


A Câmara Municipal está empenhada em contribuir com as melhorias para o Plano Diretor. O vereador Edicarlos Vieira, que representa o Vetor Oeste, demonstrou preocupação com a quantidade de loteamentos irregulares naquela região. “Conversei com muitas pessoas que querem continuar a produzir, mas que precisam ser valorizadas. Então, se for para valorizar a terra, que elas estejam nas mãos de quem cuida dela. É preciso pensar nos comerciantes que empregam pessoas daqui, moram aqui e consomem aqui, fazendo a economia do município girar. Ajustar as diretrizes viárias, pensando na mobilidade, e nas famílias que não desejam mais produzir. A Câmara está à disposição para ouvir estas demandas e contribuir com o trabalho de revisão”, afirmou.

O gestor ouviu atentamente todas as colocações dos moradores e informou que as demandas serão analisadas uma a uma. “Temos de buscar sempre uma situação de paz, mas o Plano Diretor atende primeiro o interesse da cidade, depois do bairro e de cada indivíduo. Nem tudo é possível fazer mas nós vamos trabalhar agora em cima do que ouvimos aqui. Temos de olhar o mundo real e buscar soluções”, declarou Sinésio.

Confira onde serão as próximas audiências:
18/02/2019 – 19h às 22h
EMEB Carlos Foot Guimarães – Rua Ângelo Bardi, n°35 – Bairro Jardim Santa Gertrudes

20/02/2019 – 19h às 22h
EMEB Judith Almeida Curado Arruda -Rua José Seckler Machado, n° 500 – Cidade Nova

23/02/2019 – 9h às 12h
Auditório Elis Regina – Complexo Argos – Avenida Dr. Cavalcanti, n° 396 – Centro

25/02/2019 – 19h às 22h
EMEB Ivo de Bona – Rua Avenida Francisco Roveri, n° 505 – Pq. Resid. Almerinda Chaves

27/02/2019 – 19h às 22h
EMEB Professor Geraldo Pinto Duarte Paes – Rua Angelo Pernambuco, n° 180 – Pq. Eloy Chaves




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