Todo mês são recolhidas toneladas de lixo das redes de esgoto em Jundiaí (SP). Tudo por causa daquela mania que muita gente tem de jogar lixo na rua, no vaso sanitário e na pia do banheiro. Quase 10 mil reparos foram feitos em tubulações da cidade entre 2017 e 2018.
A professora Fabiane Cristina Baldussi Schimitd é um bom
exemplo de como economizar água e dar o destino correto para o lixo que produz
em casa. Depois de tirar a maquiagem, o lenço umedecido vai para o
lixo. Na cozinha, o restinho de óleo que ficou na panela é separado em uma
garrafa, mas nunca jogado na pia.
Os filhos de Fabiane, Rodrigo e Maria Luiza, também já
aprenderam a lição e jogam o lixo onde ele deve ser jogado. "Eles sabem direitinho, têm as regras aqui, foram
ensinados desde pequenos: lixo é no lixo. O vaso sanitário deve ser
preservado", conta.
Mas nem todo mundo tem a consciência de Fabiane. Pasta e
escova de dentes, lixa de unha, rolo de papel higiênico, estopa ou algodão,
absorvente e até fralda são alguns dos objetos que muitas vezes são encontrados
na tubulação de esgoto.
O diretor de manutenção da DAE Jundiaí, João Viveiros,
explica que os problemas vão de um vazamento na tubulação, passando pelo
retorno de esgoto na casa das pessoas, até o afundamento no asfalto de ruas e
avenidas. "Nesse terceiro caso, há necessidade de realização de uma obra
no local, nós irmos com equipamento, retroescavadeira, pessoal, escavar, chegar
até a tubulação e trocar esse trecho de manilha que foi danificado devido a
essa obstrução", explica.
Nos últimos dois anos foram feitos nove mil reparos na rede
de esgoto da cidade. Grande parte deles por causa de descartes irregulares. Quando esse lixo não para na tubulação, vai para o espaço
onde fica a companhia de saneamento de Jundiaí, no Jardim Novo Horizonte
. No ano passado, foram
recolhidas no local cerca de 300 toneladas de lixo, uma média de 25 toneladas
por mês.
Tudo vai parar no local onde é feito o processo de
gradeamento, que separa uma parte do resíduo sólido. Com a ajuda de um
funcionário, todo o lixo é retirado. Depois disso, o que é recolhido é pesado e
levado para um aterro sanitário.
Isso quando o material descartado de forma irregular não é o
óleo. Aí o problema é ainda maior. "Quando chega aqui na estação, esse
óleo não é biodegradável, a gente não consegue tratá-lo. Então, ele tem que ser
retirado, ele atrapalha o tratamento", ressalta a gerente de tratamento de
esgoto Alba Romana. "Tudo isso eleva o custo operacional da empresa com
relação à manutenção das redes e também repercute no custo da tarifa",
completa João. Fonte: G1
Eu moro eu cuido
A questão do descarte irregular de lixo preocupa o vereador
Edicarlos Vieira desde antes de assumir uma cadeira na Câmara Municipal. Com o
Coletivo Vetor Oeste, implantou o projeto “Eu moro, eu cuido”, que visa
conscientizar a população sobre o descarte de lixo e os casos de dengue
ocorridos na região. “A finalidade é sensibilizar a comunidade da importância
da apropriação do cuidado com o território em que se vive, lembrando a todos
que é fundamental que cuidemos do nosso bairro com responsabilidade”.
Mesmo com essa ação inédita que mobilizou a sociedade,
empresas e o poder público a respeito do cuidado com o próprio território,
enfatizando a importância de preocupar-se e ter responsabilidade com a limpeza
do bairro, ainda existem pessoas que teimam em descartar lixo irregularmente,
causando prejuízos a toda comunidade. “Recursos que poderiam estar indo à
saúde, educação, segurança ou cultura estão sendo impedidos de chegar a estes
destinos por conta dos aumentos dos custos gerados pelo descarte irresponsável
do lixo”, asseverou.
“A responsabilidade é de todos, em maior ou menor grau, pelo
lixo descartado. Sem querer relativizar o impacto que uma pessoa ou indústria
produz ao fazer o descarte incorreto. A responsabilidade é nossa quando o
assunto é limpeza urbana. Tanto que as consequências somos nós próprios que
sofremos”, arrematou Edicarlos.
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